10 de dez. de 2009

Capítulo I – O registro da obra




Desde 2005 quando nós começamos a aprender a mexer no Fruity Loops, vimos que as mais diferenciadas formas de se gerar uma comunicação sonora, através das batidas, ritmos, samples, arranjos e uma porrada de possibilidades que a musica sempre nos ofereceu, parte do princípio de uma desconstrução. Seja desconstruir algo operante e que rege tendências, modismos, estilos ou seja mesmo desconstruir uma “verdade” imposta por você mesmo. Pode parecer estranho você, caro leitor de compreender o que está sendo dito aqui, mas aos poucos iremos tentar explicar (se é que é para ser explicado, hehehe!) todo o processo.

Quando o João decidiu parar as suas atividades, nós ficamos pensando o que iríamos fazer daqui pra frente. Com quem íamos trampar, que tipo de tecnologia investiríamos, que tipo de linguagem íamos optar em trabalhar daqui pra frente. Ficamos encurralados num canto, esperando respostas que não vinham. Esse processo durou um tempinho, embora as atividades do Quarto da Vó Penga continuaram normalmente. Todo esse baque rolou porque tínhamos uma proposta do trampo do João, tínhamos idéias frescas do que iria ser feito para o disco. Os planos foram suspensos e o nosso foco mudou.

Quando fomos dar uma força aos nosso amigos do Amplexos no show de lançamento, pairava uma força fora do comum naquele dia. Música, amigos, público presente, os familiares da galera da banda, a equipe que trampou, o carinha do som fortalecendo as idéias. Quando as luzes se fecharam, fomos pra casa e uns dois dias depois o Garcez me mandou um mail bolado dando o papo reto pra gente registrar alguma coisa nossa, produzindo os caras que a gente acha bacana trampar, tocar uns instrumentos doidos, trabalhar umas harmonias classudas, estar entre os amigos, se entupir de café e tentativas de delícia no Q.V.P.

Vimos que o caminho vai ser sinistro de ser percorrido, dia após dia as coisas negativas do mundo irão tentar nos jogar para baixo. Sabemos que vão ter uns dias hiper cansativos, que a cachola não vai permitir que a nossa concentração seja plena. É óbvio que nós iremos parar, ficar na horizontal pra descansar e no outro dia estaremos aptos pra apertar botões, mexer em volumes, ir pra internet pesquisar, ligar para os nossos amigos aparecerem pra contribuir com que eles têm de melhor para a nossa obra.

Já deixamos as portas, as janelas abertas para que a boa música, a boa companhia, as boas vibrações entrem sem pedir licença, abençoem o recinto e que toda essa boa vibe entre (também) sem pedir licença em seus ouvidos.

Pedimos licença ao mundo para deixar o BBHT e seus amigos fazerem um pouquinho de barulho. Bom, a idéia ta dada. Agora é só organizar o tempo e deixar fluir. Sem neurose, sem cão!

Forte abraço para todos, muita música e 2010 tem o disquinho da gente.

Raphael Garcez e Pablo Duca
BeatBass High Tech 2009